sexta-feira, 16 de julho de 2010

Poema indiano


No começo, isto era o não existente.
Isto tornou-se existente, cresceu.
Isto tornou-se num ovo.
O ovo ficou assim o tempo de um ano.
O ovo abriu-se.
Das duas metades uma era de prata, a outra de ouro.
A de prata tornou-se nesta terra,
A de ouro tornou-se no céu,
A espessa membrana do branco das montanhas,
A fina membrana do amarelo da bruma e das nuvens,
Os pequenos veios dos rios
E o liquido o mar,
E o sol nasceu.

(Upanishad)
poema retirado de, Figures du Ciel, Marc Lachièze-Rey e Jean-Pierre Luminet, Seuil, tradução do francês de E. M. e Silva

2 comentários:

Margarida Elias disse...

Lindíssimo!

ana disse...

O poema é belíssimo!
O cé é ouro, a terra prata, vou pensar nisto hoje.
Obrigada.

Fez-me lembrar o Dalí por associação de ideias.