A Astrologia e a Visão Moralista

A Astrologia e o astrólogo não podem ter uma visão moralista das coisas. Para a Astrologia, a vida e a existência estão divididas em 12 grandes e diferentes áreas, que não têm a ver, de uma maneira superficial, com o bem e o mal. Não podemos dizer que isto é bem e aquilo é mal, porque a Astrologia não pode julgar, porque umas pessoas não nascem para julgar as outras. Nascem, sobretudo, para ter consciência desse próprio processo. Aquilo que é mau para uns, pode ser uma experiência importante para outros.

Paulo Cardoso, Introdução à Astrologia, Curso de Astrologia 1995

Vénus, que rege o signo de Balança

A tradição deixou-nos de Vénus uma imagem simbólica ligada ao amor, ou melhor a Eros, assim como ao principio da própria vida. Durante muito tempo pensou-se, e ensinou-se, que Vénus num tema astrológico representava o amor e as capacidades da pessoa viver o amor, tanto sobre o plano qualitativo como sobre o plano quantitativo.

Devemos ver que Vénus representa o jogo pulsional e que os seus processos funcionais estão ligados aos da percepção sensorial.

Vénus é o limite entre o dentro e o fora de nós, lugar de percepção, mediadora entre o somático e o psíquico. Irá transmitir-nos a noção de estabilidade, de estrutura, sobre o estabelecer do nosso limite corporal e sobre a fiabilidade da imagem inconsciente do nosso próprio corpo.

Vénus presidindo às escolhas humanas vai marcar o nosso destino.

Fonte: Philippe Granger, La Lune Noir et les destins de Vénus

Balança (23 de Setembro- 22 de Outubro)

Ao entrar neste signo, o Sol está no ponto que marca o meio do ano astronómico. A sua passagem do hemisfério Norte para o hemisfério Sul marca o equilíbrio entre o edifício construído e as forças que preparam a sua ruína, bem como o dos dias e das noites. É representado por uma balança com o seu ponteiro e os seus pratos. Este ponto do justo meio em torno do qual tudo oscila testemunha o balanço entre o crepusculo de um Outono exterior e a aurora de uma Primavera interior. Neste ponto central, à mesma distancia em que se igualam os dois pratos do motor e do freio, do impulso e da contenção, da espontaneidade e da reflexão, do abandono e do medo, do apelo e do recuo perante a vida, vemos sobretudo como as forças contrárias se neutralizam. Dele surge um mundo da média, da medida, dos semitons, das cores suaves e dos matizes. É um universo de refinamento que nós vemos apresentar-se na simbólica do elemento Ar, de natureza subtil. O meio aéreo da Balança está para o dos Gémeos como o lugar do coração está para o lugar do espírito. O Eu coloca-se face a um outro diferente de si, de igual valor, introduzindo o diálogo afectivo do tu e eu. O signo das Festas galantes é, aliás, colocado sob a regência de Vénus, a cuja assistência Saturno contribui com uma nota de desprendimento e de espiritualização.

Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, Dicionário dos Símbolos

Elemento: Ar

Regência: Vénus

Exaltação: Saturno

Exílio: Marte

Queda: Sol

Balança simbolo de justiça

A Balança não é só um signo astrológico, ela é geralmente o símbolo da justiça, tanto da justiça terrestre como da Justitia, a justiça superior dos olhos vendados que não se deve deixar influenciar por nada. Em numerosas religiões antigas encontramos a noção dum julgamento do Além, no qual que são pesadas as boas e as más acções, como por exemplo no antigo Egipto, nas antigas civilizações Persa e Tibetana. Na Grécia, Zeus pesava o destino dos homens antes deste lhes ser atribuído. No cristianismo, Deus o juiz universal do fim dos tempos irá decidir quem vai ficar no Paraíso e quem vai para o Inferno.

Na alquimia árabe a balança é sistematicamente usada no contexto de uma alquimia espiritual "O Livro das Balanças de Jâbir" . A «ciência da balança» consiste então para «medir o desejo da Alma do mundo» e, estabelecendo as correspondências correctas entre o mundo espiritual e o mundo corporal onde a balança marca o equilíbrio entre a Luz e as Trevas. Esta «alquimia da balança» construiu diagramas universais onde se ligam os metais e os planetas, os símbolos astrológicos, as realidades angelicais, as figuras dos profetas, "os imams dos Nomes divinos" e os diversos planos da existência.

"Uma balança falsificada está em horror para o Senhor mas um peso exacto tem o seu favor " Proverbio de Salomão XI, 1.

Na simbologia maçónica, o «nível» é a insígnia do segundo vigilante da loja que deve vigiar para manter a igualdade entre os irmãos sem ter em conta as diferenças de condição social.

fonte: Encyclopédie des Symboles, Le Livre de Poche

SOL EM BALANÇA

É como o nome o indica sinónimo de equilíbrio e medida. Simboliza o equilíbrio entre o dia e a noite, entre o individual e o social.
O nativo de Balança é bastante sociável e comunicativo. Tem espírito conciliador procurando não ferir ninguém. É simpático, alegre e bem humorado sendo ao mesmo tempo de um carácter simples e recto. Por tudo isto faz muitas amizades sendo também fortemente atraído pelo sexo oposto. Busca o equilíbrio e detesta os extremos. É um bom diplomata podendo igualmente ser bem sucedido em actividades de contacto com o público pois a sua capacidade de agradar desempenha aí um papel importante. É subtil e dotado de um grande sentido artístico, sobretudo musical. É sensual e voluptuoso, desempenhando o amor um papel central na sua vida. Devido ao seu horror dos extremos o seu defeito principal reside numa grande dificuldade em se comprometer. Tem uma preocupação talvez demasiado grande com a fachada.
Tem necessidade de ser reconhecido pela sua imparcialidade, lealdade, gentileza e capacidade de harmonizar energias opostas. Tem uma refinada sensibilidade à beleza. Pode ter uma excessiva necessidade de agradar aos outros que pode enfraquecer o sentido de individualidade.

Classificação das Casas

Uma vez que as casas estão a seguir a cada ângulo, no sentido directo (contrário ao dos ponteiros do relógio) são as mais importantes e, pela sua posição, recebem o nome de Casas Angulares, há a necessidade de classificar também as outras pelo seu grau de importância.

Casas Angulares (correspondem aos Signos Cardinais)- são as que se localizam a seguir aos ângulos no sentido directo, a saber casas I, IV, VII e X, onde têm domicilio natural os signos Carneiro, Caranguejo, Balança e Capricórnio e os planetas Marte, Lua, Vénus e Saturno, respectivamente.

Casas Sucedentes (afins aos Signos Fixos) - São as que beneficiam da plenitude das estações e que são as casas II, V, VIII e XI, domicílios de Touro, Leão, Escorpião e Aquário e dos planetas Vénus, Sol, Marte e Plutão e Urano e Saturno.

Casa Cadentes (Signos Mutáveis)- Casas III, VI, IX e XII. São domicílio dos signos de Gémeos, Virgem, Sagitário e Peixes e dos planetas que lhe são afins, Mercúrio, Júpiter e Néptuno.

fonte: João Martins, em Curso de Astrologia

Astrologia e transformação

Tudo o que diz respeito à astrologia, quando aplicada à vida dos indivíduos, prende se com transformação. A astrologia baseada na observação da configuração planetária, trata estes tipos de transformação pessoal:

Sol - transformação da identidade e do modo de exprimir a energia criativa.
Lua - transformação dos sentimentos de cada um acerca de si próprio e da harmonia de cada um consigo próprio.
Mercúrio - transformação do modo de pensar e da percepção, e da maneira pela qual uma pessoa exprime a sua própria inteligência.
Vénus - transformação dos valores emocionais de cada um e do modo de exprimir e compreender as necessidades próprias de intimidade.
Marte - transformação da capacidade para uma pessoa afirmar a sua vontade e conhecer o que realmente quer.
Júpiter - transformação das crenças, aspirações e planos do individuo a longo prazo - tudo o que prometa qualquer tipo de melhoria.
Saturno - transformação das ambições, prioridades e estrutura de trabalho pessoais.
Urano -transformação do sentido de liberdade, dos objectivos individuais e do sentido de singularidade pessoal.
Néptuno- transformação dos ideais espirituais e/ou sociais.
Plutão -transformação do uso dos poderes e recursos interiores, particularmente o cérebro e a força de vontade.

Stephen Arroyo, em Astrologia, Karma e Transformação

Os planetas masculinos e femininos

Mais, visto que há dois géneros principais, o masculino e o feminino, é preciso, entre as ditas naturezas dos planetas, relacionar aquelas que são húmidas à natureza feminina, porque as coisas pertencendo a este sexo são universalmente mais húmidas. Quanto às mais quentes, estão de acordo com o sexo masculino. é por isso, muito a propósito, a Lua e Vénus são ditas femininas, porque nelas a humidade é abundante. Mas o Sol, Saturno, Júpiter e Marte são reputados masculinos. Para Mercúrio, ele participa de uma e de outra natureza, visto que ele produz igualmente tanto securas como humidades.

Os planetas são ainda reputados de ter a potência masculina e feminina, segundo as diversas posições que têm com o Sol. Com efeito eles são masculinos, quando eles são orientais e precedem o Sol; pelo contrário, são considerados femininos, quando eles são ocidentais e seguem o seu caminho.

E ainda, eles diferem também segundo a posição que eles têm no horizonte. Aqueles que se encontram no quadrante depois do Ascendente até ao Meio do Céu e do Descendente até ao Fundo do Céu, são masculinos porque são orientais, mas nos dois outros quadrantes sendo ocidentais, são femininos.

Ptolomeu ( sec. I - sec. II), em A Tetrabiblia, tradução do Francês E. M.Silva

O Zodiaco e as partes do corpo - doenças possíveis

Cada signo está associado a uma parte do corpo

O signo Carneiro à cabeça no geral, ao cérebro, olhos e artéria carótida.

- Problemas de saúde possíveis - crises inflamatórias agudas, febres intermitentes, nevralgias e enxaquecas, vertigens, hemorragias nasais.

O signo Touro - está associado ao pescoço, garganta no geral, nuca , lábios, vértebras cervicais, veia jugular.

- Problemas de saúde possíveis - Afonia, problemas de garganta e cervicais.

O signo Gémeos - está associado aos braços, mãos, vias respiratórias, pulmões, oxigenação do sangue, caixa toráxica, sistema nervoso.

- Problemas de saúde possíveis - problemas pulmonares, asma, alergias, dificuldades respiratórias, doenças nervosas.

O signo Caranguejo está associado ao estômago, esófago, seios, pâncreas, fígado, sistema linfático, tiróide.

- Problemas de saúde possíveis - problemas digestivos, aerofagia, úlceras, crises hepáticas, obesidade.

O signo Leão -está associado ao coração, ritmo cardíaco, vértebras dorsais, plexo solar.

- Problemas de saúde possíveis - hipotensão ou hipertensão arterial, doenças do coração, escoliose, fragilidades das vértebras dorsais.

O signo Virgem -está associado ao baço, vesícula biliar, intestinos, duodeno, região abdominal.

- Problemas de saúde possíveis - hipocondria, depressão, prisão de ventre, cálculos biliares, afecções intestinais crónicas, dores abdominais.

O signo Balança - está associado ao ouvido, rins, vértebras lombares.

- Problemas de saúde possíveis - cálculos renais, problemas do sistema urinário, lumbago, eczema, perdas de equilíbrio e vertigens.

O signo Escorpião - está associado ao nariz, órgãos genitais, bexiga, glândulas sexuais, hemoglobina.

- Problemas de saúde possíveis - sinusite crónica, hérnias, problemas do útero ou próstata.

O signo Sagitário - está associado às ancas, pélvis, coxas, coccix, ilíaco, fémur, nervo ciático, artéria femoral.

- Problemas de saúde possíveis - desgaste das ancas ou da pélvis, reumático.

O signo Capricórnio - está associado ao cabelo, pele, unhas, joelhos, fixação do cálcio, ossos.

- Problemas de saúde possíveis - ploblema das articulações, descalcificação, doenças de pele.

O signo Aquário - está associado às pernas, tornozelos, tendões, calcanhar, nervos.

- Problemas de saúde possíveis - doenças nervosas, hipertensão, fragilidade das extremidades.

O signo Peixes - está associado aos pés, circulação do sangue, veias, glândula pineal.

- Problemas de saúde possíveis - problemas circulatórios e venosos, inflamação dos gânglios, pés frágeis, doenças raras e difíceis de diagnosticar.

fonte: Aprender e conhecer Astrologia, ed. Salvat

A harmonia do cosmos "Música das Esferas"

A ... astrologia é um sistema de analogias e correspondências que se baseia na crença da relação entre o macro cosmos e o microcosmos; entre a ordem das esferas celestes e as realidades humanas e terrenas. A astrologia representa o esforço de traduzir em termos humanos as leis e os princípios organizadores do nosso universo e de, através destes, descobrir ou atribuir uma direcção e um sentido às coisas.
O pensamento astrológico considera que se produz uma impressão cósmica no momento do nascimento de uma criança ou no início de uma actividade, passando estas a manifestar as qualidades da configuração planetária desse instante. Nesta perspectiva, o tempo e o espaço não são substratos neutros, antes possuem distintas potências e exercem influências sobre as coisas e os acontecimentos.
Desde a Antiguidade, a astrologia estabelece um conjunto de correspondências entre os números, as figuras geométricas, as distâncias angulares no círculo, os quatro elementos, os planetas, as cores, os metais, os minerais, as partes do corpo.
Mais rica e interessante ... é a contribuição para o imaginário artístico sobre o céu, para a ideia duma correspondência entre todas as coisas, duma ordem matemática e da participação humana na harmonia do cosmos, que finalmente se revela nessa bela metáfora da « Música das Esferas».

José Prudêncio,em Astrologia & Filosofia

Destino e livre arbítrio

«A Astrologia tem o seu começo num sentimento remoto de uma grande unidade cósmica.»

Goethe

Ao colocar o ser humano num referencial cósmico, a astrologia tem a capacidade única de voltar a harmonizar a consciência da pessoa com a sua natureza essencial e para encorajar um profundo auto conhecimento.

Stephen Arroyo , em Manual de Interpretação do Mapa Astrológico

O objectivo da astrologia é uma linguagem psicológica e um instrumento de diagnóstico. O objectivo da abordagem centrada na pessoa não é a previsão de acontecimentos mas antes ajudar o individuo a »tornar-se mais positivamente, com mais sentido, mais criativamente, mais totalmente aquilo que ele potencialmente é».
... com o reconhecimento de que um mapa astral não mostra aquilo « que acontecerá», como resultado dum destino cego previamente determinado, mas aquilo «que deve acontecer» se participarmos no nosso destino.

José Prudêncio,em Astrologia & Filosofia