terça-feira, 22 de dezembro de 2020

 

Apolo e Quiron

 


Apolo

Era descrito como o deus da divina distância, que ameaçava ou protegia desde o alto dos céus, sendo identificado como o sol e a luz da verdade. Fazia os homens conscientes de seus pecados e era o agente de sua purificação ritual; presidia sobre as leis da Religião e sobre as constituições das cidades, era o símbolo da inspiração profética e artística, sendo o patrono do mais famoso oráculo da Antiguidade, o Oráculo de Delfos, e líder das musas.
Era temido pelos outros deuses e somente seu pai e sua mãe podiam contê-lo.
Era o deus da morte súbita, das pragas e doenças, mas também o deus da cura e da proteção contra as forças malignas.
Além disso era o deus da Beleza, da Perfeição, da Harmonia, do Equilíbrio e da Razão, o iniciador dos jovens no mundo dos adultos.
Estava ligado à Natureza, às ervas e aos rebanhos, e era protetor dos pastores, marinheiros e arqueiros
Apolo é um nome que não tem paralelos claros em outras línguas indo-europeias.
Para Plotino o seu nome significava a negação da pluralidade: "não-muitos" (a-poli), acrescentando que para os pitagóricos significava o Uno.

Conhece a ti mesmo.
Nada em excesso.
Inscrições no templo de Apolo em Delfos


Quíron
Filho de Cronos (Saturno, para os romanos) que, depois de ter assumido a forma de um cavalo para se esconder de sua esposa, Reia, engravidou a ninfa Fílira.
Ele é um Centauro que não é como os outros. Quíron era considerado superior por seus próprios pares. Quíron era inteligente, civilizado e bondoso e célebre por ser um médico muito hábil.
Abandonado pela mãe, Quíron foi encontrado por Apolo, que o criou como pai adotivo e lhe ensinou todos os seus conhecimentos: artes, música, filosofia, ética, artes divinatórias e profecias, terapias curativas e ciência. Grande curandeiro, astrólogo e um respeitado oraculo, era tido como o último dos centauros, e altamente reverenciado como professor e tutor.
Enquanto os outros Centauros simbolizam a força bruta, insensata e cega (a besta humana), Quíron pelo contrário é a força aliada à bondade, ao serviço dos bons combates.
Ao contrário do resto dos centauros que eram notórios por serem bêbados e indisciplinados, delinquentes incultos e propensos à violência quando estavam ébrios.
Entre os seus pupilos, estavam diversos heróis: Asclépio, Aristeu, Ajax, Éneas, Actéon, Ceneu, Teseu, Aquiles, Jasão, Peleu, Hércules e Fénix e em algumas versões do mito Dionisio.
Ele educou Héracles (Hércules). Héracles na mitologia grega, era um semideus, filho de Zeus e Alcmena, é meio-irmão de Perseu.
Na mitologia romana e na maior parte do Ocidente moderno o herói tornou-se célebre pelo nome Hércules.
Reunindo grande força e sagacidade, Héracles foi o mais célebre de todos os heróis, um símbolo do homem em luta contra as forças da natureza, exemplo de masculinidade, ancestral de diversos clãs reais (os heraclidas).
Quíron combate ao lado dele no combate que o opõe aos outros centauros. Héracles disparou diversas flechas envenenadas contra eles, para afastá-los. Uma delas atingiu Quíron na coxa.
Hercules matou a Hidra de Lerneia que era um monstro de nove cabeças que renascem à medida que são cortadas. Cada vez que uma cabeça era cortada, duas cresciam em seu lugar.
A Hidra era tão venenosa que matava os homens apenas com o seu hálito e comia-os; se alguém chegasse perto dela enquanto ela estava a dormir, apenas por cheirar o seu rastro já morria em terrível tormento.
Hércules, instruído por Atena, quando a matou, cortando-lhe primeiro as oito cabeças queimando-as e depois a nona cabeça imortal que enterrou e cobriu com uma pedra, aproveitou para banhar suas flechas no sangue do monstro, para torná-las venenosas.
A Hidra representa os vícios múltiplos, vivendo nos pântanos é especialmente associada aos vícios banais. Enquanto o monstro viver e a vaidade não for dominada, as cabeças símbolo dos vícios, mesmo que sejam cortadas renascem.
A flecha não matou Quíron, pois, sendo filho de um titã, era imortal, porém provocou-lhe dores terríveis e incessantes. Desejando a morte, oferece o seu privilégio de imortalidade por ser um semideus a Prometeu, para conhecer enfim o repouso.
Coube assim a Héracles fazer um acordo com Zeus, trocando a imortalidade de Quíron pela vida de Prometeu.
Prometeu que roubara o fogo dos deuses e dera-o aos homens e, por isso, fora condenado a padecer eternamente, amarrado a um rochedo enquanto um pássaro devorava seu fígado, que voltava a crescer no dia seguinte. Zeus, que afirmara que só o libertaria se um imortal abrisse mão de sua imortalidade e fosse para o Hades, o reino dos mortos, em seu lugar, concordou, liberando Quíron de seu sofrimento, para morrer tranquilamente. O deus o homenageou, colocando-o no céu como a constelação que chamamos de Sagitário.

Emília Matos e Silva

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